Cap. 263
Apesar de não estarem próximos, o som da explosão chega a assustar os cavalos de Westwood e William.
— Acha que são eles? – pergunta o doutor.
— Pelo barulho, ao menos um deles eu tenho quase certeza de que é. – responde o padre.
— O delegado Augustus? – pergunta, praticamente confirmando, o médico.
— O sujeito tem uma capacidade incrível de destruir tudo por onde passa. – conclui Westwood.
Os dois apressam suas montarias na direção do estrondo, o qual, aliás, também foi percebido na aldeia dos Pés Pretos.
— Essa explosão foi mais forte! – avisa Urso Negro mal entrando na tenda de seu pai.
Cedro Vermelho respira, pondera e decide aproveitar a preocupação de seu filho com o irmão para encobrir a sua própria.
— Reúna alguns bravos e me aguardem. – determina o chefe.
Urso Negro sai e Noite da Raposa entra.
— A senhora faz ideia do que possa ter sido esse barulho? — pergunta Cedro a sua mãe, que responde sorrindo:
— Estão matando Windigos.
Cedro olha intrigado: — Todos?
Noite: — Não se anime, esse é o nosso trabalho. Mas parece que uma grande parte deles.
Cedro: — Como fizeram isso?
Noite: — Pelo som, jogaram uma montanha nos malditos, afinal, de que outra forma poderiam fazer isso?
Cedro quase esboça um sorriso, mas sua preocupação transborda, tal qual a avalanche: — Eles sobreviveram?
Noite: — Quer saber se seu filho está bem?
Cedro, menos relutante do que habitualmente: — A senhora sabe que sim.
Noite: — Vá lá e descubra.
O chefe bufa, arrependido por acreditar que conseguiria uma resposta direta daquela mulher sádica, e se dirige para fora da tenda, mas ainda ouve um último aviso de sua mãe:
— Aproveite que não há mais uma montanha separando vocês dois. Não construa outra.
Cedro Vermelho se junta aos demais guerreiros reunidos e parte rumo à Montanha do Silêncio. Ou do que restou dela.
Alheios a todos esses acontecimentos, Sarah, Cobra Traiçoeira e Augustus continuam sua jornada desenfreada rumo à comunhão com a natureza de maneira próxima, íntima, profunda e dolorosa.